Aqui na minha aldeia, com um pouco de atenção se pode ouvir o tempo
passar, ou o destino sussurrar sua sentença irrevogável, da qual não
cabe recurso, choro ou vela. Pode-se também apurar o ouvido para
entender que a chuva confidencia ao telhado segredos lá das alturas e
que o vento adianta o futuro ao dedilhar seus mistérios nas vidraças
transparentes. Quando pela manhã os galos mais ansiosos anunciarem o
despertar da madrugada, é hora de escrever sentenças poéticas para
aliviar a alma da gente. E inspiração não falta aos trovadores da alma
de plantão, mergulhados nesta energia gostosa que exala dos becos de
pedras e dos casarões de muitas histórias.
Aqui na minha aldeia, já se nasce poeta.
Adriano Curado
Adriano Curado

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